terça-feira, 2 de julho de 2013

Terrible 8? O dia em que cogitamos cogitar dar chupeta

Eu já ouvi falar do abominável terrible 2! Muita gente já relatou que o filho mudou completamente, ficou reclamão, respondão, birrento, cheio de manha! Alguns dizem que parece que o filho foi embora e botaram alguém muito do chato no lugar! Ainda não li muita coisa a respeito disso, mas já sei mais ou menos o que esperar daqui a um ano. Enquanto Cauã está com 8 meses eu aproveito para curtir essa fase mais gostosa e fazer descobertas com ele. Então a vida seguia tranquilamente com meu bebê lindo, sorridente, brincalhão, carinhoso quando de repente SOCORRO! Ele passou a dormir menos, comer menos, mamar mais, querer colo o tempo inteiro (mais especificamente o meu colo), reclamar o tempo todo. Nada parecia estar bom! Entramos em parafuso aqui em casa! Não entendíamos mais nada!
Se antes ele ia dormir às 19h e acordava às 6h, ele passou a ir dormir às 21h e acordar às 6h. A soneca da manhã sumiu. A da tarde ficou menor. Passava quase o tempo inteiro fazendo um barulho de reclamação pra lá de irritante! Parava por alguns minutos quando dava peito ou quando pegava no colo ou quando inventava uma brincadeira nova. De repente só o meu colo resolvia. Era tanto isso que eu não conseguia ir fazer xixi sem ouvir um choro de lamento por ter ido pro chão ou pro colo do pai. Ou, quando estávamos sozinhos, tinha que carregar ele no colo pra fazer xixi comigo (Quem nunca?). O pai ficou sentido, achando que ele não gostava mais dele. Eu fiquei meio doida, sem tempo pra nada enquanto ele estivesse acordado. Ele simplesmente não ficava sozinho. Eu e meu marido nos perguntávamos: será que ele tá mimado? viciado em colo? será que é por isso que os pais dão chupeta pros seus filhos? Será que isso nunca vai ter fim? Isso é um teste de paciência? - E aí surgiu a pergunta que evidenciou que estávamos no caminho errado das perguntas: Vamos comprar uma chupeta?
OI?
É que a gente desde quando Cauã estava na barriga tínhamos combinado de não dar chupeta. Pelos mais diversos motivos que podem existir: o uso de bico artificial estar correlacionado com o fenômeno de confusão de bicos, interferir no mau desenvolvimento craniofacial e no desenvolvimento da fala, o uso de chupeta na verdade ser um "cala a boca" pra criança... enfim. Sabíamos que o uso da chupeta era conveniente para os pais e só pra eles. (Quer saber mais sobre os malefícios da chupeta? Leia aqui )
Para mim nunca foi uma opção dar chupeta. Mas por um milésimo de segundo, eu cogitei a possibilidade. Mas depois não. Depois nós fomos ter uma DR sobre essa mudança repentina, tentamos buscar o racional em algum lugar onde eu tinha deixado também um pouco mais de paciência e lembrei na hora que ele deveria estar passando por um baita de um pico de crescimento. Fui atrás de um artigo maravilho que tenho impresso da Dra. Andréia Mortensen sobre isso e PÁ! Achei a descrição exata de como Cauã vinha se comportando!
"- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos."  (Trecho retirado do artigo Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o padrão de sono do bebê e da criança da Dra. Andréia Mortensen)
 
 Poxa, me senti um pouco "menos", o pai também. Como esquecemos de pensar o lado dele?  Quanta falta de sensibilidade nossa, poxa! Então tudo começou a fazer sentido. Ao tentar enxergar o lado dele, nos tornamos mais sensíveis ao turbilhão que ele vinha passando. Sabíamos que era uma fase que ia passar e que ele precisava do nosso apoio, atenção e carinho. De repente viramos um poço de paciência e de maior cumplicidade com nosso bebê em pleno pico de crescimento! :)
Como já dizia Montessori: Siga sua criança.
Elas realmente dão os sinais e nós temos o dever de ter mais compaixão e compreensão com o que as crianças nos mostram através de todos os meios que elas tiverem para usar.
 
 
 

3 comentários:

  1. Vou te contar que também passou na minha cabeça dar a chupeta e ainda fiz comprarem uma, mas ainda bem que voltei em si e vi que a chupeta não era para ele, mas para mim.

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