sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mãe de dois: do ventre nasce um novo coração

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Sumi por um tempinho. Tava cumprindo outro desafio, o de me conectar comigo mesma. Precisava desse espaço, desse silencio, para entender meus sentimentos e meus caminhos daqui pra frente.

É que descobri que abrigo novamente um ser em meu ventre. E isso é muito fortalecedor para mim. No momento em que começava a vislumbrar começar uma empresa e recomeçar uma vida profissional, me descubro gerando um novo ser.

Era hora de parar, ouvir, ressignificar.

Não foi planejada, mas já é muito bem-vinda.
Sinto imensa gratidão por poder abrigar por esse tempo esse ser. Por ter novamente a oportunidade de gestar, parir e educar um ser com mais amor, respeito com os seres e auxiliar no processo de construção de uma sociedade de paz.

Ao mesmo tempo fiquei um pouco aflita. Estava prestes a recomeçar profissionalmente, mas terei que rever algumas coisas. Por isso, muito em breve teremos novidades por aqui.

Na procura pelo meu caminho do meio, vou começar a colocar em prática e testar novos caminhos, procurando achar o meu.

Se não acertar, e eu não espero acertar de primeira, terei descoberto um novo caminho que não quero. E assim vou crescendo e me fortalecendo. Já já vai ficar mais fácil de você participar comigo dessa jornada. Isso está relacionado às mudanças que vem por aqui.

Gestando vida e ideias. Por enquanto parindo ideias. Daqui a algum tempo parindo vidas.  :D

Bem-vinda, vida que chega!




domingo, 9 de novembro de 2014

Ser mãe é isso...

Foto: Paula Hilst
Essa semana fui ser doula voluntária em uma maternidade pública de Natal.
Acompanhei um trabalho de parto muito bonito, cheio de força e superação se uma
mulher de 18 anos que não se achava capaz, mas que se descobriu ser.
Ela lidava muito bem com as contrações enquanto eu a apoiava.
Bebia uma água, queria saber mais de mim, cochilava.

Até que.

Até que o obstetra de plantão considerou melhor colocar o tal do sorinho.
O sorinho é um soro com ocitocina e é utilizado para acelerar o trabalho de parto.
Tudo fluía bem, as contrações seguiam ritmadas e cada vez mais fortes.
Ela conseguia descansar entre as contrações, mesmo com intervalos curtos.

Mas aí o danado do hormônio sintético pediu além.
Forçou o corpo a fazer uma força que ele não queria.
E ela começou a achar que realmente não conseguiria.

Que dor horrível, ela dizia.
Está tudo bem? Estava tudo indo tão bem.

E eu ali, como ela, refém de um sistema hostil com a fisiologia humana,
com a humanidade humana.
Seu rosto não passava mais uma feição de superação e força.
Mas de uma força descomunal e um descontrole sobre o próprio corpo.

Eu ajudava como podia. E o médico, um homem, com três residentes, homens,
que nada sabiam. Nada sabiam de menstruação, de ovulação, de cólica, de gestar, orgasmar,
parir, a não ser o que liam em livros. Eles, que nunca mães serão.
Ele me vem então repetidas vezes com a seguinte frase, a cada vez que ela suplicava de dor:

"Ser mãe é isso.... ser mãe é isso..."

Eu segurava nos dentes um Como pode você saber?

Não sabe de nada, inocente.
Ser mãe não é morrer de dor. Não é ser violentada, mutilada.
Ser mãe tem um significado pra cada mulher. E esse significado permeia sentimentos leves
como o amor, a entrega, o auto conhecimento, o fortalecimento.
É resiliência.

O que você acha que é ser mãe Doutor.... é violência.
Tão naturalizada, legitimada e testemunhada por quem deveria cuidar, todos os dias.

Ser mãe tem outro sentido.
Quem já testemunhou um parto sabe como coisa toda é muito simples, na verdade.
Não precisa de toda a caixa de ferramenta de aço cirúrgico pra acontecer.
Eu gostaria que eles testemunhassem todos os dias quão belo parir e nascer pode ser.

psiu: quem quiser ver um parto lindo dá uma olhada nesse aqui

psiu 2: Desafio 11 dos 30! 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A cárie na primeira infância

“Olha, você vai ter que desmamar pra ontem. A cárie está consumindo o dente dela. Assim ela vai ficar sem dente. Você pode continuar amamentando, mas o dente dela vai cair e depois você não vem me responsabilizar por nada.”

Minha amiga ouviu isso de um nada sensível dentista. A filha dela de cerca de 1 ano e 8 meses desenvolveu cárie nos dentes da frente, o que o dentista chamou de cárie de mamadeira, mas que no caso dela não se aplicava, porque ela não fazia uso de mamadeira nem de chupeta. Uma semana depois que ela me relatou isso, eu levei Cauã no dentista e ele também estava com cáries nos dentes da frente. Mas a dentista que nos atendeu foi mais cuidadosa.
“A cárie é uma lesão infecciosa transmissível que pode ser evitada. A cárie não é uma fatalidade.” (Guimarães ET AL, 2004)
Conversando com outra amiga, que é consultora em lactação, ela relatou que essas cáries acontecem mais por conta de falta de higienização frequente do que pela amamentação noturna isoladamente.

Esse era nosso caso.

Outro fator que poderia influenciar era uma dieta rica em açúcar e carboidrato. Mas nossa alimentação não se encaixa nisso.

No início de escovar os dentes, Cauã amava. Era uma brincadeira gostosa. Mas de repente virou o grande pavor da terra. Ele esperneava, sacodia a cabeça, chorava e eu ficava tentando usar o lúdico para escovar, mas acabava tendo que me aproveitar da boca aberta de choro pra tentar escovar alguma coisa. A sessão tortura passou então a ser evitada por nós, passando a escovar assim, meio meia boca, uma vez por dia. E durante a noite eu nunca acordava pra limpar os dentes depois das mamadas noturnas (ele dorme com a gente e às vezes eu nem via ele mamando). 

Pois é. De acordo com Bretz (1992) apenas 16% das crianças brasileiras entre 3 e 6 anos não tiveram contaminação pela bactéria da cárie.

Então acontece que nossa escovação estava precária mesmo, e acabou dando espaço para a cárie se instalar. Começamos uma escovação mais frequente, com mais empenho. A possibilidade de ele perder o dente facilitou que a gente passasse pelas escovações – sessão terror segurando a cabeça dele enquanto ele gritava. Junto com isso começamos um tratamento com escovação com flúor na dentista, o que ajuda a estacionar a cárie. Os dentes ficaram manchados, mas pelo menos o esforço coletivo deu resultado relativamente rápido. Em casa, na escola e no dentista todos trabalhavam para naturalizar o hábito de escovação. E agora a escovação não é mais um bicho de sete cabeças... só de vez em quando. Quando ele tá muito cansado ou muito agitado.

Fui procurar alguns artigos científicos sobre o tema e encontrei algumas informações interessantes:

Sobre a bactéria e a contaminação:

Foto: colgate

A boca é colonizada por bactérias desde o momento em que nascemos, mas a que ocasiona a cárie ocorre quando há a primeira erupção dentária.
A bactéria da cárie é a Streptococcus mutans. Parece haver uma concordância entre os pesquisadores em relação à contaminação na primeira infância. Ela acontece geralmente de maneira vertical, por transmissão cuidador-bebê, facilitado pelas condições ambientais como alimentação e higienização. 

Alimentação rica em carboidratos e açúcares e higienização precária facilitam a contaminação. A transmissão pode ocorrer quando um cuidador contaminado assopra uma comida para a criança comer, por exemplo. Ocorre também pelo uso compartilhado de talheres, copos, escovas etc. Mas a permanência da bactéria na boca vai depender se as condições serão favoráveis pra sua proliferação. Se criamos o ambiente bom, ela come nossos dentes que é uma beleza.

Sobre a cárie e os alimentos

A relação da cárie com o homem data da Idade da Pedra (12.000 – 3.000 AC) pela introdução de alimentos cozidos. Depois que foram introduzidos os farináceos e os refinados, houve um aumento significativo de cáries, no século XVIII. O aumento mais significativo foi no século XIX com uma incidência significativa nos dentes anteriores.
Um estudo de 2000 evidenciou que as mães introduzem o aleitamento artificial com produtos contendo sacarose geralmente por indicação do pediatra.
Pois é, a indústria do leite e da cárie caminhando juntas.
Há maior prevalência de cárie em crianças que se alimentavam com mamadeira e com leite artificial do que em crianças que foram amamentadas com leite materno.

A cárie propriamente dita

Streptococcus mutans provoca colônias rugosas, convexas, irregulares e opacas.
“Este microrganismo é uma bactéria gram-positiva que se adere a superfície dental, quebra o açúcar, produz ácidos e promove a diminuição do pH do ambiente bucal, levando ao desenvolvimento da lesão de cárie. Assim esta doença é produto direto da variação contínua do pH da cavidade bucal, sendo um resultado de sucessivos ciclos de desmineralização (des) e de remineralização (re) através da reprecipitação de minerais presentes na saliva, como o cálcio e fosfato. Se houver equilíbrio fisiológico do processo des-re, esta alteração pode ser restaurada e levar a uma inativação da lesão de cárie. A fase escura da cárie é quando ela se torna inativa. A fase ativa é caracterizada por manchas amareladas no dente.” (Guimarães ET AL, 2004) - 

Como prevenir?

Hábitos de higienização
         A partir dos seis meses deve começar o hábito de higienização, para facilitar no desenvolvimento do hábito da escovação.
                Na introdução alimentar: passar gaze com água após as refeições e depois das mamadas diurnas e noturnas.
                Quando há dentes: escovar com escova adequada com creme dental sem flúor (Crianças não têm a capacidade de cuspir e o flúor não pode ser engolido. Todas as pastas de adulto tem flúor.)

 
 Referências: 

Post 10 do desafio 30 ideias em 30 dias

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Começando de novo pra fazer direito.

Disciplina = "Aquele que segue"

Ter disciplina tem sido bem difícil com o desafio 30 ideias em 30 dias. Já deu pra perceber que eu não postei mais, né? O desafio inicial era fazer 30 posts, mas aí na aula pude perceber que não estava me tirando da zona de conforto, e precisava limitar mais as regras... Aí decidi fazer 30 posts em 30 dias sobre parto, gestação e maternidade ativa tendo que escrever em apenas 2 horas.

Os dias passaram, e nada de eu escrever... Meu objetivo com esse curso é formar um negócio relacionado a essa temática de mulheres, gestação, parto e todo esse universo que me encanta. Mas perceber que a danada da resistência me venceu foi bem ruim. Demorei uns dias pra me recuperar e agora que seguir meu objetivo. Dessa vez eu vou conseguir. Toda vez que a danada da resistência surgir eu vou entoar meu mantra:

EU POSSO. EU ACREDITO. EU CONFIO. EU CONSIGO.

“A criatividade vive dentro da caixa”
A Rafaela Cappai fala sempre que a gente acha que pra criar tem que ter “liberdade”, que não precisa de rotina nem nada. Mas na verdade, uma rotina criativa, isso é, ter hora pra criar é uma grande ferramenta pra criatividade chegar junto e te ajudar a produzir. Realmente nos primeiros nove dias que fiz o desafio e que consegui sentar pra criar na hora que estabeleci, sentia muita inspiração e vinha uma chuva de ideias na hora e ao longo do dia.

O negócio é a danada da disciplina.  Se comprometer com os outros parece ser mais fácil do que me comprometer comigo mesma. Então... lá vou eu tentar de novo. Dessa vez fiz um planejamento pro desafio e além de #fazeracontecer vou precisar de:

 #disciplina          
#foco
#consistência

Pra isso vou usar a ferramenta da Paula Abreu de intenção pro dia e as três prioridades do dia!
1 2 3 e valendo!

Imagem do incrível Banksy


 Eu simplesmente não consigo mais cancelar/adiar meus sonhos. Chega de auto-sabotagem.