sexta-feira, 26 de junho de 2015

Se todos os partos forem medicalizados, então qual a função da parteira?

Tradução livre e adaptada de trechos da reportagem postada no The Telegraph em 24 de junho de 2015 por Judith Woods. Acesse o texto completo em inglês aqui.

Nota do Coletivo Maternar: quando falamos parteiras no Brasil, falamos de enfermeiras obstetras e obstetrizes. No exterior midwife é uma formação parecida com a da obstetriz no Brasil.

O obstetra francês Michel Odent acaba de escrever um novo livro intitulado: Nós precisamos de Parteiras?, onde ele afirma que o aumento da medicalização no parto está relacionado à perda da capacidade de parir, em detrimento da humanidade.

Odent fez de seu trabalho de vida testar e empurrar os limites. Nos anos em que coordenou uma unidade de maternidade em Paris e seu subsequente estabelecimento no Centro de Pesquisa em Saúde Primária em Londres ele introduziu ideias inovadoras que agora são tomadas como sábias.

Foi ele quem promoveu a ideia de partos na água e suítes com baixo aparato tecnológico, contato pele a pele após o parto e o incentivo a amamentação na primeira hora após o nascimento.

Dar ao seu novo livro um título provocativo é, começo a suspeitar, uma trama para incitar uma audiência que não está normalmente interessada nas políticas obstétricas. Sua argumentação é que precisamos mais que nunca das parteiras. Em particular, precisamos nos tornarmos "protetores do processo evolutivo", protegendo as mulheres de médicos que tentam intervir em partos, e assegurando que elas tem espaço e paz para parir naturalmente.

"Quando eu pergunto 'precisamos de parteiras?' é uma pergunta real", ele ressalta. "Se todos os partos são medicalizados, então que função uma parteira tem? Que tipo de parteira nós precisamos?"

O cenário ideal, diz Odent, é que a mulher dê a luz em um quarto escuro, quente e calmo, como única companhia uma parteira tricotando. Ele argumenta que é uma cena mais pragmática do que romântica: "Nós só descobrimos em Julho de 2014 que a melatonina, o hormônio do sono, tem um papel importante no parto e que é destruída pela luz, então ter luzes reduzidas é muito importante," ele diz. "Assim como também é o aspecto de tricotar; atividades repetitivas reduzem a adrenalina, que se presente, tem um efeito sutil na parturiente."

A cena que ele descreve é bastante contrária à cena comum de um parto em ambiente claro, cheio de gente e agitado. Pelo pensamento do obstetra, os princípios da medicina moderna - apesar de altruístas - estão minando um processo natural, resultando em muitas cesarianas, que tem resultado no que ele chama de uma "neutralização da seleção natural" indesejável.

"Não sou contra cesarianas, não mesmo. Fiz mais de mil delas; escrevi um artigo no Lancet destacando que muitas mulheres estão sendo largadas durante o trabalho de parto com dor por muitas horas quando uma cesariana de emergência seria preferível."
[...]
"Mas estou enxergando a longo prazo sobre como o aumento da medicalização irá afetar a humanidade e o resultado é que algum dia a maioria da via de parto será por cesariana. Precisamos olhar a frente e compreender as consequências. Eu não dou opiniões, eu afirmo fatos, mas às vezes esses fatos parecem incompatíveis com interesses e são culturalmente inaceitáveis."

Odent é pai de três e avô de três netos e faz perguntas desconfortáveis e filosóficas porém necessárias - sobre o que fazemos como espécie e como isso influencia a nós como indivíduos.

"Nos séculos anteriores as mulheres que eram capazes de parir tinham muitas crianças. Mulheres que não era, morriam no parto. Isso é um fato," ele diz. "Graças aos milagres da medicina moderna e da ciência reprodutiva, a maioria das mulheres que querem ter dois bebês, conseguem tê-los. Similarmente, mulheres que em outras épocas poderiam ter muitos filhos agora param em dois; isso é ótimo para as mulheres mas claro que tem um impacto geral." O impacto não é singular; bebês nascidos por via cirúrgica em um ambiente estéril ao invés de um canal de parto rico em micróbios, não tem a mesma oportunidade de desenvolver resistência às doenças. Bebês nascidos por cesariana tem cinco vezes mais chances de sofrerem alergias.

Mães que tiveram cesarianas ou que foram induzidas por drogas que imitam a ocitocina, o hormônio do amor que induzem sexo, amor, vínculo e a amamentação, não produzem a delas próprias, o que causa um efeito devastador na maneira que elas se vinculam às suas crias e às respostas dos bebês. Odent também acredita que exista uma relação entre o aumento de cesarianas e o aumento das taxas de autismo; pessoas autistas produzem menos do hormônio em questão.

"Meus livros não são para mulheres grávidas," diz Odent. "O tempo delas e muito precioso; elas deveriam estar apreciando a lua, cantando para o bebê e contemplando."
Ele expressa esse sentimento com tanta certeza que serve de lembrete que na França, ser filósofo é um trabalho real.
[...]
"As pessoas não são geneticamente programadas para pensar a longo prazo," diz Odent. "Quando uma mulher fala sobre esse assunto ela foca no próprio corpo, no próprio bebê. Estou falando de evolução humana e as pessoas preferem não olhar tanto pra frente."

Olhando o panorama geral os fatos parecem sustentar o que o obstetra diz - estudos mostram que mulheres que pariram entre 2002 e 2008 demoraram cerca de duas horas e meia a mais durante a primeira etapa do trabalho de parto do que aquelas que pariram entre 1959 e 1966.

Na Inglaterra em 2013-14, 26,2% dos partos eram por cesariana - o dobro da taxa registrada em 1990 - e 25% dos partos foram induzidos por substâncias como a ocitocina sintética.

A ocitocina natural, acredita Odent, permite que a mãe o bebê criem um vínculo muito forte nos dias seguintes ao parto.

Como há evidências de que esse primeiro vínculo permanece por todos os futuros relacionamentos, há um argumento que a humanidade altere isso criando um risco próprio.

Ao nosso redor, ele diz, temos evidências de que como sociedade estamos em perigo de perder o que ele chama de "a capacidade de amar". Pelo processo de evolução nossos sistemas de ocitocina começarão a falhar? E se sim, então o que faremos?

Se estamos cientes disso ou não, precisamos de pessoas que pensem e continuem fazendo perguntar desconfortáveis para o nosso próprio bem. O futuro da humanidade, não só das parteiras, poderiam literalmente estar nessas respostas.





quinta-feira, 18 de junho de 2015

Quinta da comida: cuscuz à paulista (vegan)

Receita vapt vupt!


Ingredientes:
2 xícaras de milharina
Cebola
Alho
Milho
Ervilha
Cenoura
(use a imaginação para combinar)
1 colher de sopa de óleo de girassol
Sal

Modo de fazer: Deixe a milharina de molho como pede na embalagem. Refogue a cebola e o alho, os legumes (se tiver algum duro, como a cenoura, ou você cozinha previamente ou coloca ralada), o sal e deixe apurar um pouco o sabor. Acrescente a milharina hidratada e misture bem no fogo baixo. Acrescente uma colher de sopa de óleo de girassol (ou outro que prefira). Misture bem. Unte uma fôrma, despeje a mistura ainda quente e pressione contra a fôrma. Espere esfriar e desenforme. Sirva!
(Sim não precisa ir ao forno!!!!!!!)

Excelente opção pro lanche da tarde! Não precisa ter nenhum animal para ficar saboroso!
Se quiser acrescentar o shoyu no refogado também fica uma delícia!


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Quinta da comida: charuto de couve com recheio de shitake

A combinação do almoço foi: arroz integral + farofa de banana +  feijão carioca + charuto de couve com recheio de shitake

Ingredientes:
Shitake
Couve
Água
Temperos

Modo de fazer: faça primeiro o recheio. O truque do shitake é comprar quele desidratado, hidratar com água quente e limão. Depois que hidratar, deixa um tempinho no shoyu. Depois você corta em cubinhos. Então refoga a quantidade de cebola e alho que achar legal, e acrescenta o que você quiser. Aqui usei: milho, tomate, cheiro verde e cebolinha. Além disso achei interessante colocar um resto da massa que sobra no coador do leite de castanha de caju que faço sempre e guardo para fortalecer algumas receitas. Ficou tipo um creme, delicioso. Deixa o tempero pegar bem e também não fica tão legal ficar muito molhado. Reserve o recheio pronto, esquente água em uma panela e coloque a couve por pouco tempo, só dá um mergulho, conta até 3 e tira. Recheia e enrola ela (com talo e tudo, mas pode tirar se quiser).

Voilá!


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Tudo de novo! Fraldas de pano crescendo com a família...

E cá estou eu, novamente encantada e louca pelas fraldas de pano. Nesses quase três anos que se passaram, aprendi algumas coisas interessantes que compartilharei com vocês hoje. Não vou trazer informações básicas, porque elas estão nesse post aqui.
Enfim, Cecília vem aí e devo dizer que aproveitaria todas as fraldas que guardei do Cauã. Tirando uma, de algodão, que ele usou muito e que está bastante desgastada. Mas o que pude observar, já de antemão, é que as fraldas em soft, minky, pul e suede, estão como novas. Mas não vou adquirir fraldas novas em soft porque achei que abafavam muito e às vezes davam alergia. Sugiro que o interior seja de tecidos mais leves como o dryfit, minky ou suedine.
O custo benefício realmente tem sido incrível: separei as que mais gostava e simplesmente troquei/vendi as outras. Os recheios mantive todos os que já tinha, tirando as fraldas tipo cremer, que comprei novas para ela, além de adquirir algumas coisas que serão úteis e que eu não sabia.

Na minha opinião, eu não gastaria com absorventes para o dia. Eu sei costurar e acabou achei mais prático comprar o atoalhado de qualidade (que custa cerca de R$20/metro) e costurar duas faces dele uma junto à outra, na medida que achei ideal (44x30), que foi do absorvente da Fralda Madrinha. Cortei vários, juntei e costurei com o acabamento. Esse tamanho eu achei ótimo porque dá pra dobrar em três ou até quatro camadas, e fica bem reforçado. Para a noite eu realmente não consegui achar uma combinação que segurasse a noite toda, e acabei optando por usar a descartável de noite já que ele dormia a noite toda e eu também desejava dormir. 

Outra coisa que resolvi fazer, foram meus próprios paninhos de limpeza. Ao invés de costurar dois do atoalhado, simplesmente cortei na medida dos paninho normais descartáveis e pedi para fazer a bainha na overlock. Depois é só juntar tudo com as outras fraldas e lavar. Não precisa passar. Esses do lado dos que eu fiz são da Chiquita Bakana e de um lado são de soft e do outro de algodão. Não gostei muito deles para limpar bumbum, prefiro o atoalhado mesmo.

Ainda falando sobre os absorventes, além do atoalhado, essa combinação da cremer com o recheio de microfibra dentro foram a combinação mais mão na roda que eu pude fazer. Além de segurar legal o xixi por umas 4h, secavam super rápido e não impermeabilizavam com a facilidade que os outros absorventes impermeabilizam (excesso de sabão ou uso de amaciante acabam com a absorção das fraldas). Na caixinha da fralda de pano vem a explicação diferenciando a dobradura para meninos e meninas. Sugiro que observem somente a qualidade do tecido, pois alguns podem durar bem menos e aí custo benefício pro bolso e pro planeta devem ser levados em consideração. As de maior qualidade geralmente são um pouco mais caras, mas tem uma vida útil maior.
Ah! Quando falo em microfibra, não necessariamente são os absorventes prontos que acompanham algumas fraldas não. Bom, não só eles. Mas sabe aqueles panos de limpeza em microfibra? Pois é, esses eram o que eu mais usava, junto com a cremer. Como a microfibra não pode ir em contato com a pele, eu ou fazia a dobradura abaixo, ou simplesmente enrolava a cremer em volta da microfibra formando um retângulo. O poder de absorção é muito bom.
Com Cauã eu tive muita dificuldade em usar as fraldas de pano no primeiro mês porque ele tinha as pernas finas e eu não tinha comprado nenhuma fralda especialmente para recém-nascidos. Como pretendo usar com a Cecília, dei uma pesquisada e comprei esses contours (ou contornos) da Fio da Terra, porque achei que os elásticos devem segurar bem, e eles podem ser usados mesmo depois, porque você dobra e prende com o snappi do tamanho que quiser. Eu já tinha comprado um da Ninho Coruja, mas eles não tem elástico, apesar de terem excelente absorção, eu achei que para recém-nascido (com possibilidade de pernas finas) não deve segurar. Mas ainda vou testar quando ela nascer. Com Cauã eu usava esse contorno da Ninho Coruja com um absorvente a mais de microfibra pra de noite. Só achava que ficava muito volume...


Outra coisa legal que eu só fui descobrir a praticidade depois, foi o uso do liner biodegradável. Quando o cocô do Cauã começou a ficar de gente grande, achei mais fácil colocar o liner por cima do recheio e jogar tudo no vaso depois. 
Entre os modelos também, eu achei as pockets pouco práticas, porque eu tinha que trocar tudo, quando poderia só trocar o recheio. Então agora prefiro capas.

Para saídas eu acho ótimo usar a fronha de soft da Fralda Madrinha com absorvente por dentro, porque dá a sensação de seco e também porque é mais fácil de levar na bolsa. Eu realmente não tenho muita disposição em usar fraldas de pano em saídas, porque gosto de carregar pouca coisa, e as fraldas de pano fazem certo volume na bolsa.

Além das marcas que eu citei, já me indicaram outras com uma propaganda muito positiva como a Nós e o Davi. Eu particularmente prefiro comprar produtos de mães artesãs, para incentivar o empreendedorismo materno e o trabalho artesanal. A Coolababy e outras chinesinhas são mais baratas, mas acho que vale separar uma parte do enxoval só pras artesanais. Comprar de quem faz é sempre uma boa opção!

No próximo post vou dar dicas de lavagem!
Qualquer dúvida, estou a disposição para ajudar! 
Beijocas


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Quinta da comida: batata assada com alecrim


Essa receita é facílima e ótima pra incluir as crianças na preparação!
Muito simples de fazer: coloque em uma fôrma papel alumínio, batatas cortadas em tamanhos pequenos (aquela batata pequena cortada em quatro é o ideal), regue o azeite, salpique sal, alecrim (se tiver fresco infinitamente melhor) e depois coloque outro papel alumínio por cima ou feche o tamanho que você cortou em uma trouxinha. Leve ao forno a 205ºC por cerca de 20 minutos. Faça o teste do garfo para ver se as batatas já estão cozidas. Se estiverem, deixe por mais 10 minutos com o papel alumínio aberto para dar uma desidratada e pronto!
Aqui ele serve de acompanhamento pro almoço e se sobrar alguma coisa ainda vai pro lanche da escola! :)