Começa agora uma série de posts sobre amamentação. Nesse post, o primeiro deles, apresento um pouco do meu relato de amamentação e depois mostro os resultados de uma mini pesquisa que fiz via facebook.
Primeiramente quero agradecer a
todas as mulheres que participaram da pesquisa e dedicaram parte de seu tempo
para responder as questões colocadas. De alguma forma estaremos ajudando outras
mulheres também, que estão atrás de informação. Muitíssimo obrigada a todas.
Lembro como hoje o embrulho que
senti no estômago quando, ao encontrar meu filho no quarto (ele nasceu por
cesárea), meu marido me respondeu que tinham dado leite artificial (LA) para
nosso filho no berçário, mesmo ele tendo pedido que não dessem. O colostro já
saía do meu peito, mas ninguém veio me ajudar a amamentar. No dia seguinte,
quando uma das moças do berçário vinha para dar o leite artificial, eu
carinhosamente disse: “Vamos combinar uma coisa? Você ajuda a gente a amamentar
e, se ele não pegar, aí sim você dá o LA!” Ela concordou, me ajudou (só porque
eu pedi) e Cauã conseguiu mamar. NOSSA! Que sensação maravilhosa aquela. Chorei
de emoção, senti uma plenitude que nunca experimentara na vida. Os olhos dele
se unificavam aos meus e eu transbordava amor e felicidade. Quando chegamos em
casa, as duas primeiras semanas foram muito difíceis. Fora a dor dos mamilos,
que sangraram e assaram, me sentia profundamente triste por não entender
direito o porquê de estar tendo tanta dificuldade pra amamentar. Eu tinha o
bico do peito plano, Cauã estava aprendendo a mamar e eu a dar de mamar. Depois
de muitas idas ao banco de leite, de muitas visitas de nossa doula (que também
é fonoaudióloga e consultora em lactação), de usar um bico de silicone pra
ajudar a formar o bico (mas sempre tentava amamentar sem o bico de silicone
antes), conseguimos! Eu não tinha ideia de que pra amamentar, eu tinha que
aprender e o Cauã também. Na verdade, pensei que fosse uma coisa PÁ PUM. Depois
que descobri que essa superação toda é comum a grande maioria das mulheres que
amamentam, fiquei impressionada!
A partir da minha experiência me
veio a ideia de fazer uma pesquisa informal via facebook. Lancei as perguntas,
convidei um bocado de mulheres-mães e eis que obtive 11 relatos belíssimos de
amamentação. Essas mulheres contaram um pouco de suas histórias também, e isso foi incrível! Permitiu contextualizar toda uma vivência. A pesquisa consistiu basicamente de cinco perguntas:
1) Como foi
amamentar para você?
2) Você
encontrou alguma dificuldade? Qual foi?
3) Você
chegou a dar leite artificial? Se sim, por indicação de quem?
4) Como
superou essa dificuldade? Quem te ajudou?
5) Parto
normal ou cesariana?
O ato de amamentar foi relacionado a uma experiência “emocionante”, “mágica”,
“extraordinária”, a um “momento de superação”, de entrega e todas citaram a
palavra amor.
Apenas duas mulheres não encontraram nenhuma dificuldade em amamentar.
As dificuldades citadas foram: pouco ou ausência de leite, bico curto,
problemas com a pega¹, “bico não saiu”, ter que se ausentar para
trabalho/estudo; e a grande maioria citou dor, assadura, rachadura, sangramento
dos mamilos.
¹Sabe-se que algumas das dificuldades citadas estão relacionadas a
problemas de pega, porém “problemas de pega” também foi citado como uma
dificuldade.
Cinco mulheres deram LA por indicação do pediatra e uma deu por conta
própria. Com isso totalizam 6 mulheres que utilizaram LA. Algumas deram por
apenas um período, outras como complemento e outras como alimento exclusivo.
Entre as pessoas citadas como apoio para superar essa fase,
estão: pediatra, mãe, marido, pai, outras mães com experiências parecidas, família,
enfermeira, profissionais do banco de leite, acupunturista naturopata, fonoaudióloga
e auxiliar de enfermagem
Das onze mulheres, oito tiveram seus bebês por cesariana e três por
parto natural. Nenhuma mulher que teve cesárea e que teve mais de um filho teve
um parto natural depois. Nenhuma mulher que teve parto natural e que teve mais
de um filho teve cesárea.
Esses são os resultados da pesquisa. Num próximo post teremos uma entrevista com uma consultora em lactação sobre questões que apareceram nos relatos e dos resultados mostrados aqui. Em seguida faremos algumas discussões de acordo com essa minipesquisa também.
Até lá!
:)
Muito bacana Gabi... Vai ser ótimo acompanhar essa série sobre amamentação. Parabéns pelo empenho em ajudar tantas mamães! Bjão
ResponderExcluirOi Ana! Que bom que está gostando! Estou adorando escrever aqui! :) Muito obrigada! Beijos
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOi Gabi, você está de parabéns! Estou amando os posts e me identificando muito... ^^
ResponderExcluirTambém tive muita dificuldade para amamentar. Meu filho "não sabia mamar", ainda por cima cochilava no peito... rs Nós tínhamos que acordá-lo e alisar as bochechinhas para ele sugar.
Tinha o bico do peito liso e além disso o meu peito não é do tipo que vaza quando enche, ele empedra! Tive febre várias vezes com início de mastite e como sempre tinha que desmamar para aliviar o incômodo e "fazer o mamilo" terminei ferindo sério... Toda vez que Guilherme pegava, uma lágrima caía dos meus olhos. Precisei usar o bico de silicone (que foi o que me salvou) ele evitava que o corte abrisse quando Gui sugava e foi o que, aos poucos, formou o bico. Quando cicatrizou eu suspendi o uso.
Hoje, com 5 meses, ele mama lindo!!!!!! Quando vê o peitinho começa a pular e cantar de tanta alegria. Os olhinhos brilham **
Amamentar não é fácil (ao menos, para mim não foi)! Mas desde quando ele ainda estava no meu ventre eu já imaginava segurá-lo no colo e amamentá-lo porquê é algo que só eu posso fazer por ele. Nada substitui. Amamentar é dar amor!
Que bom que está gostando! Vamos construindo juntas! Que bom que voce tem tanto leite! Já pensou em doar?
ResponderExcluirNossas experiências com a amamentação são parecidas! Tambem usei o bico de silicone e passei por momentos de chorar de dor e segurar o grito, mas passei por tudo com muita certeza de que estava fazendo o certo e o melhor pro meu filho! Amamentar realmente é algo absolutamente incrível! É muito amor!