quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Método Montessori e o Maternar


“Durante toda a minha vida tenho proclamado a necessidade da liberdade de escolha, da independência de pensamento e da dignidade humana. Todavia, entendo que a verdadeira liberdade é aquela interior, que não pode ser ensinada. Não pode nem mesmo ser conquistada. Pode somente ser construída dentro de si, como parte da personalidade e, se isto acontece, não poderá mais ser perdida”- (Maria Montessori, New York – 1951) retirado de Lar Montessori
Maria Montessori foi uma mulher a frente do seu tempo. Foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália e dedicou sua vida às crianças.  Seu trabalho começou na psiquiatria com crianças com retardo mental. Seu primeiro grande feito foi alfabetizar essas crianças, utilizando para isso um método próprio, baseado em experiências sensoriais e atividades lúdicas. Em seguida, rompeu com a Universidade de Roma por motivos pessoais e começou uma jornada dando aulas na pedagogia, pesquisando e lançando livros sobre o aprendizado das crianças em suas escolas, conhecidas como A Casa da Criança.

Para Montessori, o sistema de ensino estava todo errado, pois estava estruturado para o professor e não para o aluno. A maneira dos móveis na sala, a altura do quadro, os materiais utilizados e o método; absolutamente tudo foi reformulado no seu método, que cada vez mais mostrava ser um sucesso para o aprendizado de conteúdos referentes a todos os setores da vida. O aluno passou de mero expectador para desempenhar um papel ativo dentro da sala de aula, participando da organização do espaço, do cuidado de uma horta, da limpeza do ambiente... Autonomia, independência, organização e criatividade são características de crianças montessorianas. O método Montessori ficou muito famoso na Itália e no mundo, principalmente pelo desempenho excepcional e a disciplina que tinham seus alunos.

“Libere o potencial da criança e você o transformará em um mundo”
Montessori

Maria Montessori acreditava que se retirássemos os obstáculos, as crianças se desenvolveriam espontaneamente através das experiências. Com Montessori eu passei a enxergar os ambientes da minha casa na óptica da criança, no meu caso do meu bebê. Os ambientes devem ser minimalistas, estilo clean, organizados e limpos. O quarto da criança/bebê deve ser feito para ele, e não para a comodidade do adulto. Portanto, as coisas importantes para que a criança veja e apanhe devem ficar ao seu alcance. A cama deve estar no chão ou em uma altura que o bebê, ao aprender a engatinhar, consiga sair por conta própria ou que a criança consiga sair sozinha. Um espelho é importante para desenvolver a autoimagem. O ambiente vai se modificando de acordo com a necessidade da criança, para que ela possa aprender ao máximo com o ambiente em que explora. Um exemplo básico é quando o bebê começa a se apoiar nas coisas para andar. Os pais montessorianos geralmente colocam barras pelas paredes do quarto e/ou da casa para que a criança caminhe livremente pelo ambiente.

O quarto de Cauã aos 3 meses, ainda tentando deixar o mais minimalista possível!
Além do ambiente, Montessori desenvolveu materiais próprios. Aqui no Brasil não encontramos quase nada pronto, por isso os pais Montessorianos vão criando materiais similares para fazer brincadeiras e brinquedos que proporcionem o aprendizado com prazer. Como exemplo posso citar os móbiles para bebês (tema para outro post), que podem ser feitos com cartolina ou argolas, seguindo tutoriais encontrados na internet. No quesito materiais, Montessori me ajudou a refletir ainda mais sobre que tipo de brinquedo eu daria para meu filho brincar. Qualidade ao invés de quantidade. Como Cauã é o primeiro neto da minha família e na do meu esposo, ele já ganhou muitos brinquedos. E eu já doei muitos deles. Priorizo os que vão ser de maior interesse pro aprendizado daquela faixa etária especificamente ou que possa ser útil em um futuro breve, que não possuam barulhos artificiais ou luzes loucas que ficam acendendo e perturbando apagando, que proporcionem maior exploração sensorial e claro, dou muito valor aos brinquedos artesanais. Creio que com isso atualmente temos cerca de oito brinquedos: laranja da Tiny Love (que tem várias texturas e cores e na medida que a criança se desenvolve, explora uma parte a mais do brinquedo), um bola de pano, dois mordedores, uma argola de madeira, uma argola com guizo de plástico, um porquinho e um macaco de pelúcia e as meias sensoriais (que eu já falei por aqui) - fora os livros, que são cinco. Ainda acho muito pra um bebê de quatro meses, mas pelo menos todos têm sido utilizados.

Pra mim o maior desafio em tentar ser uma mãe Montessori está sendo manter tudo organizado porque eu sou muito bagunceira e clean porque eu sempre juntei muita tralha, mas nada que a força de vontade não ajude a resolver! Quanto mais eu leio, mais encantada eu fico com Montessori! Não gosto muito de dizer que sigo o método à risca, mas muitas coisas foram reformuladas interna e externamente depois que comecei a estudar ele.

Pra mais informações sobre Montessori recomendo:
- o grupo Montessori para mamães no facebook

:)




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